sábado, 31 de dezembro de 2011

Gratidão, esse é o segredo!!!

Eu tô muito feliz!!! 

Sabe, é uma felicidade inexplicável, sei lá, uma sensação de certeza, certeza de que tudo aconteceu como deveria, de que tudo vai dar certo, JÁ DEU CERTO! 

Sempre acreditei que tudo na nossa vida tem um propósito Divino e que tudo é no tempo de Deus... Bem, parece meio louco eu estar tão feliz, pois foi um ano de muitas lágrimas, muito sofrimento e muito desespero, mas eu aprendi muito esse ano, cresci bastante durante essa guerra, cresci e hoje me sinto forte, uma guerreira vencedora. 

Fazendo um balanço do ano que está acabando, chego à conclusão de que foi um ano de lutas sim, porém  um ano de conquistas e vitórias e a maior delas foi a rendição do meu esposo. É, ele está internado, está longe de mim agora, mas está se tratando, e isso é uma grande dádiva!

Hoje à tarde nos falamos ao telefone e em meio a tantas declarações de amor mútuo a frase que mais marcou foi : - Filha, estou aqui dando o melhor de mim, estou me tratando e cuidando de mim, pra poder cuidar de vocês... Nossa, vocês devem imaginar o quanto isso significa pra mim!

Então, tenho ou não motivos de sobra pra estar feliz e radiante? É claro que tenho gente, ele está bem, eu e as crianças estamos bem, todos com saúde, graças a Deus, e como eu sei que felicidade atrai felicidade, e que a gratidão move o coração do Pai, eis-me aqui, com o coração transbordando de alegria, emanando amor, paz e aquela sensação de mulher próspera, rsrsrs... Dá pra sentir daí? Espero que sim, pois tudo que desejo a vocês, meus amados amigos de guerra, é que minha alegria e fé os contagie.

E para aqueles que ainda sofrem por causa da adicção de seus amados familiares eu gostaria de dizer, amados perseverem, mas  não esqueçam que a única coisa que vocês podem fazer para mudar essa situação é CUIDAR DE VOCÊS MESMOS, procurem ajuda pra vocês, não se deixem enlouquecer por algo tão devastador, pois só assim seus amados familiares terão alguma chance. FORTALEÇAM-SE e deixem Deus agir.

Bjos e um 2012 cheio de VIDA e VIDA em ABUNDÂNCIA, afinal foi para isso que JESUS veio ao mundo.

Amo vocês!!!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

"A LEI DA ATRAÇÃO"



Olá queridos, de volta aqui depois de algum tempo sem tempo para postar.

Muitas coisas boas tem acontecido na minha vida desde o último post. Me sinto realmente em recuperação!

Tenho mantido meu foco na minha vida, resolvendo os problemas ( dívidas ) que meu esposo deixou, porém agora com uma outra expectativa, a de organizar tudo e depois nunca mais permitir que nem ele, nem ninguém bagunce mais minha vida financeira, estou aprendendo a dizer não quando sei que é isso que devo fazer e isso é uma grande vitória para mim, pois passei a vida toda sendo "boazinha"por pura insegurança e medo de perder o "amor"das pessoas ao meu redor. O engraçado é que eu me achava mesmo "boazinha", sempre disposta a ajudar a todos, mesmo quando isso significava perdas para mim...

Agora estou aprendendo ( e pondo em prática ) que as pessoas devem me amar pelo que sou, não porque as ajudo, não preciso passar por cima dos meus valores e das minhas próprias necessidades para me sentir amada.

Eu tenho minha importância, eu mereço ser amada pelo que sou! E não preciso ser perfeita para merecer.

É difícil mudar nossas atitudes, tudo que vivemos na nossa infância reflete na nossa vida adulta, pois é lá que somos programados, a maior prova disso para mim é o fato de ter atraído para minha vida um adicto, pois sou filha de um. Meu pai é alcóolatra e ao que tudo indica também usava drogas, lembro-me de alguns episódios da minha infância, em que eu com apenas 5 para 7 anos andava atrás do meu pai nos bares da cidadezinha em que morávamos e quando o encontrava, ficava perâmbulando com ele de bar em bar, até que conseguisse convencê-lo a ir para casa, EU JÁ ERA UMA CO-DEPENDENTE.

Eu tinha uma grande admiração pelo meu pai, ele era inteligente, bonito... Tinha tudo para ser um homem bem-sucedido, EXATAMENTE como meu esposo... E quando meus pais se separaram, pois minha mãe não suportava mais viver com um homem que só trabalhava para beber, eu sofri muito, nossa! chorava dia e noite, primeiro pela separação deles, segundo porque minha mãe foi embora me deixando para trás, achava que ninguém me amava... Hoje em dia compreendo que ela fez aquilo porque não tinha como ir  morar de favor e ainda levar 2 crianças, não porque não me amasse, tanto é, que ela logo se casou novamente com o primeiro homem que prometeu a ela que aceitaria suas filhas.

Outra prova da influência que nossa infância tem sobre nossa vida adulta é que eu lembro que desde meus 12 anos eu já havia decidido que nunca daria padrasto aos meus filhos, meu padrasto era uma boa pessoa, mas fazia distinção entre nós ( eu e minha irmã ) e seu filho com minha mãe, eu e minha irmã sofríamos muito com isso, meu irmão podia tudo e nós nada. Desde lá eu decidi que se viesse a me casar seria para sempre, teria filhos com um único homem... E isso aconteceu...

Quando descobri que meu esposo era um D.Q. eu decidi que lutaria bravamente, não desistiria como fez minha mãe, dessa vez o vício não iria destruir minha família, de novo não... Eu venceria... Coloquei isso na minha cabeça e passei a fazer de tudo para salvar minha família, meus filhos não sofreriam o que eu sofri... No fundo eu sempre culpei minha mãe por ter desistido de meu pai e da nossa família.

Bem, graças a Deus eu sempre gostei muito de ler e consegui identificar a verdadeira causa dos meus problemas e tenho trabalhado isso em mim.

Durante minhas muitas leituras eu aprendi a algum tempo atrás sobre a lei da atração, e acredito muito que tudo aquilo que tem nossa atenção nós atraímos para nossas vidas, sejam nossos medos ou sonhos, se você pensa muito em algo, você atrai. Portanto fica aqui minha dica: Vamos parar de focar tanto nas drogas, nos defeitos de nossos amores, nas tristezas... Eu decidi que a partir de agora serei feliz não importam as circünstâncias, minha felicidade depende de mim, não do meu esposo ou de quem quer que seja, conheço meu valor e nunca mais me deixarei dominar pela insegurança e baixa auto-estima; zelarei pela minha integridade, sanidade, paz e harmonia.

SÓ POR HOJE É ISSO QUE EU ACREDITO!
SÓ POR HOJE, EU DECIDO SER FELIZ!
SÓ POR HOJE, NÃO TEREI MEDO! SOBRETUDO, NÃO TEREI MEDO DE USUFRUIR O QUE É BELO, NEM DE MANTER-ME CONFIANTE DE QUE, ASSIM COMO EU DER AO MUNDO, ASSIM TAMBÉM O MUNDO ME DARÁ.

PS. Quanto ao meu esposo, hoje fazem 38 dias que ele está internado, tenho falado com ele aos finais de semana e ao que tudo indica ele está cooperando com sua recuperação, a cada vez que nos falamos ele demonstra mais seu amor por mim, e tem me passado bastante tranqüilidade, porém quando minha sogra falou com ele, ele a tratou mal questionando o tempo em que ficará internado, minha sogra ficou muito magoada e preocupada, mas isso é outra história, é assunto para a ele e sua psicóloga tratarem, não cabe a mim ficar achando isso ou aquilo, certo?!

A mim cabe a MINHA RECUPERAÇÃO.

BJOS E MUITAS 24 HORAS DE PAZ, HARMONIA E TRANQÜILIDADE. FIQUEM COM DEUS!!!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Enxergando melhor - caminhando para além da co-dependência!

Oi amigas ( os ), voltando pra compartilhar com vocês meus sentimentos.

Hoje pela manhã acordei com aquele aperto no peito, saudades, ansiedade... tristeza... ( uma co-dependente com TPM - ninguém merece, rsrs ).

Resolvi ligar para a psicóloga que acompanha meu esposo em busca de notícias, para fazer algumas perguntas sobre as ligações que ele poderá receber e sobre visitas. Bem, conversamos bastante, falei pra ela sobre minhas dúvidas e sobre o quanto estou mal em reconhecer que houve traição e que esse fato "novo" estava criando uma barreira maior entre mim e ele... Ela me explicou bastante coisas, como por exemplo o fato de a droga tirar dos dependentes os seus valores, que a droga anestesia seus sentimentos e com isso eles não "pensam", e que isso não é deles e sim da doença... O fato é que na verdade eu já sabia disso, mas uma coisa é saber, a outra é aceitar, COMPREENDER. Dói muito, vocês sabem do que estou falando...

Quanto às minhas dúvidas, se devo ou não voltar, ela disse que não devo me precipitar, tomar uma decisão agora seria injusto comigo e com ele, pois ele ainda não havia passado por um tratamento de 12 passos e reconhecimento da doença, que ele está aprendendo muita coisa que talvez ainda não soubesse e que  ela percebe que apesar de tudo a dúvida significa que ainda existem sentimentos e que esses sentimentos são de ambas as partes... Ele falou a ela que me ama muito e que o que mais o preocupa é me perder, sempre pergunta a ela se eu liguei... Ela me orientou a ligar sim p/ ele, pois isso talvez faça bem tanto p/ mim quanto p/ ele.

No final da conversa ela perguntou se eu gostaria que ela falasse algo a ele, disse que fale que estamos todos bem e que as crianças mandaram muitos beijos. E quanto a mim? Ela perguntou: - Gostaria que dissesse algo a ele? - Eu disse que não, mas que domingo eu ligaria sim pra ele.

Desliguei o telefone muito emocionada e com o coração transbordando de amor, liguei novamente e desliguei umas 2 vezes, queria que ela dissesse a ele que apesar de tudo eu o AMO MUITO SIIIMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM

Eu ainda estou muito confusa, mas NESSE MOMENTO o que estou sentindo é muito amor, muitas saudades, uma vontade enorme de vê-lo recuperado e cheia de esperanças. SÓ POR HOJE, se ele realmente quiser sua recuperação, se ele realmente for até o fim ( pra sempre )em seu tratamento eu estou disposta a retomar nossa vida juntos, PORÉM, reconstruindo uma relação saudável, ou seja, uma relação de AMOR, não de dependência mútua.

SÓ POR HOJE - Te amo muito meu amor!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Sentimentos indefinidos - Indecisão - Dilemas

"Indecisão é quando você sabe muito bem  o que quer, mas acha que deveria querer outra coisa." (Adriana Falcão)
Boa noite amigos, companheiros que vivem os mesmos dilemas que eu...
Tenho vivido dias em que não consigo definir meus sentimentos, meus pensamentos estão fora de controle e me deixando cada vez mais confusa... Não sei se o que me faz perdoar tanto meu esposo e manter meu casamento é amor ou somente a co-dependência. Não tenho mais a "certeza"se o que ele diz sentir por mim é amor ou a conveniência da CO para com o adicto.

Foram tantas coisas absurdas que eu perdoei, passei tanto por cima das minhas convicções... Tantas mentiras eu tolerei... Tanta decepção. E hoje, diante do fato de eu estar me cobrando uma decisão, tem vindo tudo à tona... Uma das coisas mais difíceis pra mim agora é aceitar que houve traição, que não era só a "porcaria" ( a droga ). Eu estava cega, perdoava tudo, até mesmo coisas que eu considerava imperdoáveis. 

Agora, vejo que na verdade eu não perdoava, eu simplesmente NEGAVA, buscava argumentos pra justificar a mim mesma tudo que ele fazia... Ah, mas não foi bem assim... Bem, pelo menos não foram p/ cama... Mas foi a mim que ele preferiu... 

Estou muito ferida e não estou conseguindo lidar com esse sentimento.

A verdade é que eu idealizei uma imagem do meu esposo que não é real, idealizei um homem diferente de todos os outros, sem os defeitos "normais"que os seres humanos costumam ter, e eu acreditei tanto nesse meu "homem perfeito"que no dia em que fiquei sabendo que ele era um dependente químico eu não conseguia acreditar, O QUÊ? NÃO? JAMAIS!!! ELE NÃO, NÃO É O PERFIL DELE... 

E até hoje, sempre que vem algo à tona é muito difícil pra mim aceitar, sempre acho que com ele funciona diferente... um dia desses li no blog de um adicto em recuperação que quando na ativa os d.q. costumam digamos assim "brincar com o sexo", fazem loucuras, andam em prostituição. Isso me fez lembrar de um episódio em que uma prostituta ligou para o celular do meu esposo dizendo que ele havia marcado um programa e não havia ido, fazendo com que ela perdesse seu tempo, ela estava furiosa e me falou horrores; eu fiquei arrasada, mas o fato de ele não ter ido me fez achar que ele "jamais" se prestaria a esse papel de sair com uma prostituta, que foi só um minuto de insanidade e perdoei o que pra mim seria imperdoável... Tempos depois encontrei uma lista com o nome e telefone de várias prostitutas, inclusive daquela que ligou, porém mais uma vez pratiquei a negação...

Houveram tantos outros episódios envolvendo possíveis traições, e eu sempre negando, sempre preferindo acreditar nas mentiras... E me "SENTINDO", pois era sempre a mim que ele preferia, era sempre por mim que ele se desesperava quando sentia que poderia me perder, era a mim que ele amava...

Passei a me desdobrar para agradá-lo, em tudo! Evitava ao máximo fazer coisas que poderiam aborrecê-lo, até esmaltes escuros eu não usava, mesmo sentindo vontade de vez em quando, pois ele não gostava... 

Hoje sou uma mulher que nem amigas tem... Mas não o culpo, pois a culpa disso tudo é minha, eu optei por isso, eu escolhi viver a vida dele e não a minha, eu escolhi me anular em nome desse meu ideal de amor eterno e inabalável. E agora me vejo nesse dilema... Enfrentar a realidade está doendo muito, não sei se vou agüentar a dor que será derrubar esse castelo que eu construí, abrir mão do meu  mundo-cor-de-rosa... Enxergar sem o meus "óculos"de lentes rosadas tem me deixado perdida.

Bem, no próximo domingo ( 18/12 ) meu esposo fará um mês na clínica e poderá receber ligações, e eu não sei se quero falar com ele, não tenho certeza dos meus sentimentos, minha psicóloga acha que devo sim falar com ele, pois isso me ajudará a identificar meus sentimentos... Não sei...












sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Quando é necessário dizer NÃO ao dependente químico

Quero compartilhar esse artigo com vocês, pois se trata de algo que pode nos ajudar a entender porque devemos tomar as atitudes certas o quanto antes.
Desejo que os ajude, tanto quanto tem me ajudado.

Bjos e fiquem com Deus!

Muitos pais ficam desorientados quando devem dizer NÃO ao dependente químico e acabam prejudicando aos seus filhos, mesmo com a intenção de acertar ou de ajudar.

No decorrer de mais de uma década como psicoterapeuta de dependentes químicos tenho observado que uma das variáveis mais comprometedoras para a recuperação é a atitude de negação do problema pela família ou a atitude incorreta perante o dependente.

Quando o problema se torna tão gritante a ponto de não ser possível mais ignorar o fato, aí vem mais uma crença falsa da família:  a convicção de que seu familiar dependente é diferente de qualquer outro usuário de droga no planeta e que superará a dependência praticando um esporte, viajando para algum lugar alternativo ou distante, fazendo algum tratamento paliativo (que não seja realmente o mais indicado), ou mil outras alternativas completamente irrelevantes diante da magnitude e gravidade do problema. Desta forma, a família acaba muitas vezes facilitando o uso de drogas para o usuário, mesmo que sem consciência disto, e fica protelando uma tomada de decisão firme para induzir o dependente químico ao tratamento.

O dependente por sua vez está completamente apaixonado e insano pela droga, como convencê-lo, então, de que está doente se ele retira um enorme prazer das substâncias psicoativas ou mesmo do álcool?

Por isto sempre indicamos que o tratamento deve sempre começar pela família, recebendo orientação de forma correta sobre co-dependência e rompendo, desta forma, um ciclo negativo de atitudes e reações.

Quando a família unida diz  NÃO ao uso de álcool e outras drogas com convicção que não tolerará este tipo de comportamento em casa, é neste momento que o dependente químico começa a pensar em se tratar.

Mas como é possível, sendo você o familiar de um dependente químico, dizer NÃO ao uso de álcool e outras drogas se o problema já se tornou incontrolável?

1º: Não se sujeite às regras do dependente químico.

O dependente químico, simplesmente não tem o direito de dar fim a vida de toda a família e amigos. Poupe-se a si e sobretudo a crianças presentes. Crianças que crescem ao lado de pessoas adictas (que não estejam em recuperação) terão probabilidades muito maiores de virem a desenvolver personalidades aditivas também.

Dizer NÃO ao dependente químico não se trata de abandonar o seu familiar ou de ser cruel. Trata-se de compreender que você não pode ajudá-lo e existem pessoas que simplesmente podem. Trata-se de compreender que se você mantiver a situação como está e continuar aceitando todas as manipulações e situações geradas pelo dependente químico, as probabilidades de que ele peça  ajuda a quem o pode ajudá-lo diminuirão, e assim segue-se o ciclo negativo,, pois ele “enterra” todos os dias a si mesmo e a todos que o rodeia.

Avance e não olhe para trás. O dependente químico precisa sentir perdas, precisa “bater no fundo” e compreender que não é seguro manter o caminho que segue. Não espere que ele lhe agradeça por tudo o que você faz pela sua sobrevivência, ele não tem a capacidade de avaliar as situações corretamente.

E ele age desta forma porque está doente e porque estes são sintomas de dependência e também porque esta, assim como outras doenças, mina e transforma a personalidade do indivíduo. Por isso compreenda que martirizar-se por um dependente químico é colocar mais chamas na fogueira em que ele já arde.  O que você tem a fazer é simplesmente agir da forma correta.

2º: Saiba amar sendo firme e sabendo reagir da forma correta na hora certa.

Você NÃO deve ceder aos desejos do dependente químico. NÃO deve colocar “panos quentes” sobre os erros do dependente, justificar seus erros ou acobertar o seu vício para poupá-lo, pois quanto mais você faz isto, pior a situação do dependente – você simplesmente está facilitando a vida dele.

Não permita que o dependente lhe “explore” você ou de qualquer outro modo. Respeite-se.

Não ignore as formas de manipulação ou chantagens utilizadas pelo adicto. Não estabeleça nenhum tipo de “pacto” ou “acordo” com o indivíduo dependente para manter segredos sobre o consumo de drogas. Isso apenas aumentará a falta de responsabilidade por parte dele.

3º: Peça ajuda a quem sabe.

Não tente imaginar que lidar com uma doença deste porte é uma ciência inata. Milhares de pessoas estudam a adicção  e esta é uma das doenças em maior progressão no mundo atual: é grave, é mortal e está longe de ser um problema único da sua família e daquela pessoa. É um flagelo social de enormes proporções e habitualmente a família sente um terrível sentimento de impotência.

Por isso não se meta na tarefa heróica de tentar resolver isto por si. É mesmo necessário pessoas habilitadas em recuperação da dependência química para poder ajudar o seu familiar e há muitas pessoas dispostas a estender-lhe a mão, seja em comunidades de 12 passos, seja em clínicas públicas ou mesmo particulares.

4º: Cuide de si mesmo

Conheça os 12 passos e inicie uma implementação dos 12 passos na sua própria vida. Procure alguma reunião à qual lhe faça sentido ir e procure saber tudo acerca da importância e questões relacionadas com cada passo. Arrisque aceitar a hipótese de que os 12 passos possam lhe ajudar a curar suas feridas, e esclarecer dúvidas acerca de como o dependente afeta a sua vida.

Apesar de você não ser o responsável pela dependência do seu familiar (pois não existem culpados neste processo), você é responsável pelo seu próprio comportamento. Você tem a escolha de ajudar o seu familiar a evitar o consumo de substâncias, através do adequado estabelecimento de limites, acolhimento, orientações e tratamento.

5º: Faça um exercício diário de integridade moral

O dependente químico não vê pessoas, ele simplesmente vê “objetos”. Não por ser mau, mas por estar doente. O dependente químico manipula por sobrevivência e não agradece porque não vê o outro enquanto pessoa com a qual deva ser empático. Por isso não entre em negociações consigo nem com o dependente químico.

Integridade é dizer a verdade, NÃO aceitar manipulações nem manipular, NÃO negociar, NÃOtentar “comprar” a confiança do dependente químico (“se você parar de usar eu lhe compro um carro novo”),NÃO se humilhar, NÃO implorar, NÃO entrar em dramas. Mantenha-se integro todos os dias – respeite-se e faça-se respeitar.

A dependência do seu familiar não é um sinal de fraqueza da sua família. Infelizmente, isso pode ocorrer em qualquer família, como quaisquer outras doenças.

NÃO ameace, NÃO acuse, NÃO moralize os erros passados do seu familiar dependente. Isso apenas tornará você o foco da raiva e frustrações do seu familiar dependente; além disso, não ajudará o mesmo a modificar o seu comportamento.

No entanto, NÃO mascare, NÃO desculpe e NÃOproteja o dependente das conseqüências naturais do seu comportamento. Fazendo isso, você se torna “cúmplice” na perpetuação dos comportamentos irresponsáveis ou inadequados do adicto.

NÃO faça “jogos de culpa” para o indivíduo dependente. Por exemplo, dizer que “se você realmente gostasse de mim, você pararia de usar drogas” – isto realmente não funciona.

Por mais errado que este pensamento lhe pareça ou injusto: os seus problemas são só seus, não culpe mais ninguém. Mude a sua realidade em vez de tentar mudar a realidade do outro.

Além do problema relacionado ao uso de drogas pelo familiar dependente, você tem outros problemas para solucionar. NÃO os deixe de lado.

6º:  Aposte na recuperação

Compreenda que o dependente químico precisará provavelmente de internamentos de meses, e que a dependência química é uma doença crónica, que precisa de muito tempo de trabalho, e que geralmente a personalidade aditiva estará sempre latente.

Uma internação em uma clínica é apenas oprimeiríssimo passo de um longo caminho.

NÃO interrompa um tratamento por qualquer motivo, muitas vezes vemos exemplos de motivos que são apenas pretextos para a interrupção do tratamento, minando as chances do seu familiar se recuperar de verdade.

Por isto é tão importante que a família se “recupere” da co-dependência e que inicie também um tratamento, pois é o primeiro passo para entender os seus problemas e angústias, trocando a ansiedade por uma vida equilibrada e podendo, desta forma, ajudar seu familiar querido na luta contra as drogas.

Uma vez tratado o dependente químico, não se iluda ao pensar que um tratamento foi o bastante para curá-lo, por melhor que ele pareça estar.  A dependência química é uma doença crônica que requer tratamento para o resto da vida, é como uma doença sem cura, como diabetes, hipertensão – deverá tratar e estar vigilante para sempre. Tenha isto em mente, pois ele deverá ter disciplina após a saída de uma internação.

Pessoas que convivem com usuários drogas ou álcool são, em geral, as mais suscetíveis a sofrer crises de estresse e distúrbios nervosos na luta diária para livrar amigos e parentes da dependência química. É um sofrimento muito grande e você não precisa estar sozinho nesta luta, a co-dependência pode ser algo realmente devastador. Peça ajuda.

Comece já. Olhe no seu espelho o seu olhar, provavelmente cansado e escolha primeiramente cuidar de si mesmo – desta forma você estará ajudando o seu familiar.

Sergio Castillo
Diretor Terapêutico
Clínica Grand House
www.grandhouse.com.br